Atualidade
As alergias alimentares infantis são um problema de saúde grave e, muitas vezes, fatal, afetando aproximadamente 4% das crianças e suas famílias em todo o mundo. A alergia à proteína do leite não tem atualmente nenhum tratamento. Atendendo à carência e procura por biomarcadores preditores de diagnóstico precoce de alergias alimentares infantis, como a alergia às proteínas do leite, um estudo experimentou o uso da calprotectina para este fim. A investigação concluiu que a calprotectina fecal pode ser usada para monitorizar a melhoria das alergias intestinais em bebés.
Um ensaio clínico, financiado pelo National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos da América (EUA), concluiu que a administração de imunoterapia oral com amendoim a crianças com idades compreendidas entre um e três anos com alergias graves a este alimento induziu a remissão da alergia ao amendoim em um quinto. A imunoterapia foi administrada numa dose oral diária de farinha de amendoim durante 2,5 anos.
Um grupo de cientistas japoneses está prestes a desenvolver uma vacina para combater alergias provenientes no contacto com cães, através da identificação de vários candidatos moleculares para as partes dos alérgenos.
Os investigadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, estudaram a correlação entre as concentrações de dióxido de azoto (NO2) em mais de 13 mil cidades bem como os casos de asma entre 2000 e 2019. O NO2 é um gás emitido pelos carros através da combustão e por instalações industriais, que, posteriormente, é inalado pelos cidadãos.
A relação entre alergias e sinusite, embora amplamente estudada, continua pouco clarificada. Enquanto vários estudos propuseram uma relação causal entre a alergia e a sinusite crónica, vários outros negam a existência de qualquer associação existente. O estudo presente, que procurou esclarecer a relação entre as duas comorbilidades, conclui que as alergias estão relacionadas com a incidência de sinusite e é provável que o estado de sensibilização a aeroalergénios possa reduzir a incidência de sinusite, embora de uma forma dependente do alergénio.
Descobertas sobre a asma e peso à nascença corrigido para a idade gestacional têm sido inconclusivos. Para aprofundar e esclarecer a relação entre o peso à nascença corrigido pela idade gestacional e o início posterior de asma, foi conduzida uma meta-análise que concluiu que o peso do bebé corrigido para a respetiva idade gestacional não tem relação com o risco posterior de asma.
Há uma necessidade urgente de saúde pública em saber se as crianças com asma devem ser vacinadas contra a COVID-19 e, em caso afirmativo, qual o subgrupo de crianças com asma que deve ser priorizada. Segundo um estudo de coorte escocês (Shi, Ting. et al.The Lancet Respir Med.2021) as crianças com asma mal controlada (definida quer por admissão hospitalar anterior por asma ou por prescrição de corticoides orais) tinham um risco significativamente acrescido de admissão hospitalar COVID-19 em comparação com as crianças com asma bem controlada ou sem asma.
Doenças atópicas como o eczema, alergia e asma constituem um grande problema de saúde pública que afeta até 30% das crianças em idade escolar. A suscetibilidades genética por si só não explica a elevada prevalência de doenças atópicas. Por outro lado, as exposições ambientais, em parte através de mudanças no sistema imunitário em desenvolvimento, poderão ter grande influência no desenvolvimento de doenças atópicas.
A SPAIC, a fim de fomentar no país o desenvolvimento de linhas de investigação específicas na área do angioedema hereditário, confere o prémio de investigação em Angioedema Hereditário 2022 com o patrocínio da TAKEDA.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) alertou para a importância do diagnóstico correto do angioedema hereditário, uma doença rara cujos sintomas são muitas vezes confundidos com alergias, o que atrasa a identificação e o tratamento.